Live from Copenhaga 2009

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Em Rondônia, em um trecho de floresta ainda intacto, uma comunidade ribeirinha tenta explorar a natureza sem destruí-la. Preocupados com o volume de peixes da região, que vem diminuindo ano após ano, os moradores da reserva extrativista de Cuniã resolveram fazer a pesca inteligente do pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo.
Sem usar redes, para não capturar os animais menores, os moradores da reserva andam de canoa e caçam o pirarucu com arpões. Adenias, pescador experiente, trabalha com a pesca desde os 13 anos de idade, mas não acha nada fácil pegar o peixe gigante. “Ele bóia, você arpoa na direção daquela borbulha. A vista tem que ser boa", ensina.
Os caboclos já sabem que a pesca predatória é ruim para a região. "A gente só vive da pesca e a população do Lago do Cuniã está aumentando muito".

Caça de jacarés

Cerca de 400 pessoas vivem na reserva extrativista. Um dos grandes medos da população pode ser também uma solução econômica. Ele se chama jacaré-açu. Há cinco anos, um desses animais matou uma criança de sete anos que brincava no rio. A população do animal cresceu muito desde que o Ibama proibiu a caça.
A comunidade pretende, com autorização dos órgãos ambientais, ter direito a explorar o jacaré-açu. Foi criada uma área na vila de moradores para o abate e o beneficiamento do couro do animal. O trabalho vai respeitar todas as normas.
“No tanque de decantação virá toda a salmoura, todo o resíduo que não vai ser aproveitado do jacaré. Serão eliminados todos os produtos, para que não polua o rio nem o solo”, mostra um morador.
“O manejo de pesca pretende atuar no tripé da sustentabilidade. Que manejo da pesca seja ecologicamente correto, ou seja, respeite a capacidade de recuperação do ambiente. Que seja economicamente justo, que gere um beneficio interessante e justo para esse pescador, que seja correto, que gere beneficio para o pescador como para a comunidade como um todo”, diz um representante da ONG WWF-Brasil.

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