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Lobão ameaça população indígena do Maranhão


por Maranhão Filho

Foi de causar arrepios até aos ambientalistas mais moderados, a participação do ex-ministro das Minas e Energia do Governo Lula, Edison Lobão, na abertura do Congresso Brasileiro de Direito Ambiental, ocorrido na semana passada, no Teatro Arthur Azevedo, em São Luís.
O pré-candidato à reeleição ao Senado pelo grupo Sarney pediu desculpas por não ter levado discurso e justificou que iria falar de improviso.
Em meio a um enrolation que misturava frases como: “Monserrat Caballé disse que esse é o melhor teatro da América Latina” ou “São Paulo escreveu as epístolas à luz de lamparinas, mas nós temos energia”, o pai de Edinho Lobão deixou escapar toda sua raiva contra as populações tradicionais ao bradar:
“Estamos tentando construir em Imperatriz a Hidrelétrica de Serra Quebrada, que será uma bênção. E não conseguimos por causa de meia dúzia de índios. Há 20 anos estamos tentando remover esses índios. Os chineses, para construir a usina de Três Gargantas, retiraram um milhão de chineses do local, eles são mais pragmáticos do que nós, que não conseguimos retirar nem meia dúzia de índios.”
Como um autêntico predador das propostas atuais que defendem desenvolvimento com equilíbrio ambiental e reconhecimento das populações tradicionais, o ex-ministro nem sequer ruborizou-se ao declarar:
“Todo mundo fala dos riscos de se construir uma usina, mas o que aconteceu em Chernobyl foi um caso único. Eu tinha um amigo advogado, que morreu atropelado, ou seja, riscos nós corremos todos os dias”.
Denominou de “novela”, a polêmica em torno da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, sobre a qual pesam acusações de violações aos direitos humanos, ambientais e populacionais.
“Dentro de 20 anos temos que redobrar o estoque de energia no país, mas como, se os ambientalistas não deixam?”, revoltou-se.
E antes de encerrar seu improviso, Lobão, deixou escapar um comportamento típico de outro animal, o pavão, ao informar a uma platéia indignada: “Ganhei título de melhor ministro do mundo e isso afetou minha emoção.” Mais uma na Arca de Noé do velho Sarney, que se prepara para enfrentar um dilúvio nas próximas eleições, com chances remotas de sobrevivência.

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