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Equipe do Bom Dia Brasil acompanha viagem pelo Rio Purus.
Para comunidades isoladas, é uma rara oportunidade de ver um médico.
pelas extensas águas da Amazônia, um barco navega levando ajuda e conhecimento a comunidades distantes. Os repórteres do Bom Dia Brasil acompanharam uma expedição da Marinha com um navio hospital pelo sinuoso Rio Purus.

É no sul do estado do Amazonas que a equipe atravessa o estado, de Lábrea a Manaus. A viagem é no Navio Montenegro, um hospital flutuante da Marinha.

via Bom Dia Brasil

 
Após cinco horas de viagem no Rio Purus, o avanço é de aproximadamente 130 quilômetros rumo a Manaus. Acima de um barranco está a comunidade de Açaituba, um vilarejo com apenas 15 casas. A última vez que o navio passou por lá foi há dois anos e a comunidade está ansiosa esperando atendimento. Serviço de saúde é artigo de luxo ali.

O navio tem estrutura maior do que qualquer hospital da região. O problema é que não há como atracar e a embarcação fica amarrada contra o barranco. Quem perder a consulta só vai encontrar um médico na cidade mais próxima.

Nas expedições, a noite serve para ganhar tempo. Navegar no escuro aumenta o risco, mas ajuda a chegar mais cedo ao próximo destino. Em Catolé, não tem barranco e a saída é aproveitar a casa do sr. Alexandre. O comandante Gleiber foi pessoalmente agradecer a recepção.

“Somos hóspedes do seu Alexandre, colocaram o navio na sua casa”, comenta o comandante.

Para visitar locais mais distantes, os médicos deixam o navio. Qualquer casa vira enfermaria. Os pacientes não param de chegar. O trabalho termina sempre antes do anoitecer. Logo o grupo vai estar em Nova Tapauá, a maior cidade visitada pela expedição. Apesar do tamanho, o povoado só tem luz por gerador. O orgulho dos moradores é a escola.

Além da estrutura física, o número de professores também é um atrativo para estudantes de toda a região. São 13 educadores trabalhando em três turnos e como as distâncias ao longo do rio são muito grandes é em uma sala e pela internet que eles complementam os estudos.

“Foi de fundamental importância esse ensino via internet, tecnológico, para nossa comunidade“, comenta o professor Ocimarildo Sales.

A escola de Nova Tapauá e uma outra só podem ser comparadas pela falta de merenda. De resto, tudo é diferente. Só a dedicação de um casal de professores garante portas abertas. Eles têm 31 alunos do meio da floresta. A sala é a de casa. Os recursos também.

“Todos os mantimentos são por conta da gente. Merenda não vem. Vem na base de uma vez por ano”, conta o professor José Raimundo de Oliveira.

“Eu dou aula para educação infantil, faço letrinhas para eles aprenderem a ler”, fala a professora.

‘Frivioca’

Na enfermaria, uma pequena paciente chega em emergência. Rafaela estava praticamente inconsciente com a pneumonia. Em 12 horas na enfermaria voltou a sentar com a mãe aliviada. De acordo com os médicos, sem assistência, a menina não sobreviveria mais dois dias. Além das doenças comuns do norte, os médicos têm outro desafio: a comunicação.

“O paciente fala que está com uma frivioca. Você precisa olhar e ver mais ou menos o que ele está sentindo”, explica o médico Cassius Martins.

E o que sente alguém quando enxerga a arte tão de perto? Muitos ribeirinhos, que jamais estiveram em um museu, encontram dentro do navio a chance de conhecer os traços de Cândido Portinari.

“É uma coisa nova, uma coisa boa que a gente vai levara para sempre, não vai esquecer mais. Eu gostei muito”, fala uma mulher.

A professora Suely Avelar se encarrega de mostrar aos visitantes as réplicas de um artista que reproduziu como poucos a vida do trabalhador brasileiro. Em um momento o navio hospital vira escola e as crianças se encantam com o novo mundo.

“Só de a gente saber que vem para uma localidade dessas e essas crianças muito dificilmente vão ver a arte, vão ver Portinari, vão poder trabalhar com esse material dá mais energia para a gente. Dá mais vontade da gente fazer alguma coisa”, diz a professora.

Imagens que vieram de tão longe, mas que mostram cenas bem conhecida.

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