Live from Copenhaga 2009
Cop 15 Webcast
Cerca de 700 Yanomami
de várias comunidades do Brasil reuniram-se recentemente para a 7ª
Assembleia da Hutukara, a associação Yanomami. 2012 marca o 20°
aniversário do reconhecimento do território Yanomami pelo governo
brasileiro.
Cinco dias de intensos debates foram marcados por vibrantes cerimônias para saudar os delegados Yanomami, incluindo vários da Venezuela, e convidados de outras tribos brasileiras, oficiais da FUNAI e dos ministérios da Educação, Saúde e Meio Ambiente e representantes de ONGs do Brasil, Venezuela e Europa.
Davi Kopenawa, presidente da Hutukara, abriu o encontro relembrando os difíceis tempos na década de 80, quando milhares de mineradores ilegais invadiram o território dos Yanomami, trazendo doenças e violência, e da longa luta por direitos pela terra, na qual ele teve um papel de liderança: ‘Sonhava muito e lutei durante 25 anos. Era muito difícil, mas outros me ajudaram. Era uma boa vitória para o povo Yanomami. Se eu não lutasse, não estaria aqui.’
Um representante da Survival esteve presente e mostrou uma mensagem em video da organização, parabenizando os Yanomami pelo 20° aniversário, com videoclipes da campanha internacional de vinte anos pelos direitos territoriais dos Yanomami.
Um dos principais assuntos debatidos foi um projeto de lei sobre a mineração, que se aprovado, abrirá territórios indígenas para a extração de minérios em larga escala. Mauricio Ye’kuana alertou que ‘vem uma cobra grande’ e Davi declarou, ‘Mineração não é bom. Não vai trazer nenhum beneficio ao povo Yanomami. Vai trazer brigas e doenças.’
Ele instou os Yanomami a denunciarem a mineração, e lembrou-lhes que ‘os amigos de fora vão apoiar nossa campanha contra o projeto de lei de mineração… Survival mora longe, mas ajuda e sabe proteger a floresta.’
Muitos delegados Yanomami expressaram a sua oposição a qualquer tipo de extração de minerais em suas terras, e afirmaram não terem sido consultados sobre qualquer tipo de projeto de lei. Eles também denunciaram os impactos causados pelos garimpeiros que continuam a trabalhar ilegalmente na região, contaminando a água e propagando doenças.
As organizações da Rede de Cooperação Alternativa – RCA, que participaram na Assembleia, se reuniram depois e publicaram uma declaração contra o projeto de lei sobre a mineração.
Os Yanomami da Venezuela mostraram fotos gráficas dos impactos da mineração em comunidades venezuelanas, as quais sofrem de altos níveis de doenças e contaminação, uma vez que o governo tem feito pouco para resolver os problemas.
Os Yanomami da região sudoeste, local da mais alta montanha brasileira, o Pico da Neblina, expressaram as suas preocupações sobre a imposição de áreas de conservação em seu território. Armindo Goes Yanomami disse que isso impôs restrições aos Yanomami: ‘A gente não pode desenvolver nenhuma ação, receber nenhum visitante de fora, porque tem que pedir para o ICMBio [departamento governamental responsável pelas unidades de conservação federais].’
O encontro terminou com as eleições de uma nova equipe da Hutukara, e a comunidade anfitriã de Watokiri celebrou com danças na yano (casa comunal) e servindo suco de açaí fresco.
Davi resumiu a semana declarando, ‘Nós estamos muito felizes com o encontro. Nós queremos melhoras em nossas terras, mas queremos a paz antes de tudo’.
Assista ao filme do Instituto Socioambiental (ISA) aqui.
Cinco dias de intensos debates foram marcados por vibrantes cerimônias para saudar os delegados Yanomami, incluindo vários da Venezuela, e convidados de outras tribos brasileiras, oficiais da FUNAI e dos ministérios da Educação, Saúde e Meio Ambiente e representantes de ONGs do Brasil, Venezuela e Europa.
Davi Kopenawa, presidente da Hutukara, abriu o encontro relembrando os difíceis tempos na década de 80, quando milhares de mineradores ilegais invadiram o território dos Yanomami, trazendo doenças e violência, e da longa luta por direitos pela terra, na qual ele teve um papel de liderança: ‘Sonhava muito e lutei durante 25 anos. Era muito difícil, mas outros me ajudaram. Era uma boa vitória para o povo Yanomami. Se eu não lutasse, não estaria aqui.’
Um representante da Survival esteve presente e mostrou uma mensagem em video da organização, parabenizando os Yanomami pelo 20° aniversário, com videoclipes da campanha internacional de vinte anos pelos direitos territoriais dos Yanomami.
Um dos principais assuntos debatidos foi um projeto de lei sobre a mineração, que se aprovado, abrirá territórios indígenas para a extração de minérios em larga escala. Mauricio Ye’kuana alertou que ‘vem uma cobra grande’ e Davi declarou, ‘Mineração não é bom. Não vai trazer nenhum beneficio ao povo Yanomami. Vai trazer brigas e doenças.’
Ele instou os Yanomami a denunciarem a mineração, e lembrou-lhes que ‘os amigos de fora vão apoiar nossa campanha contra o projeto de lei de mineração… Survival mora longe, mas ajuda e sabe proteger a floresta.’
Muitos delegados Yanomami expressaram a sua oposição a qualquer tipo de extração de minerais em suas terras, e afirmaram não terem sido consultados sobre qualquer tipo de projeto de lei. Eles também denunciaram os impactos causados pelos garimpeiros que continuam a trabalhar ilegalmente na região, contaminando a água e propagando doenças.
As organizações da Rede de Cooperação Alternativa – RCA, que participaram na Assembleia, se reuniram depois e publicaram uma declaração contra o projeto de lei sobre a mineração.
Os Yanomami da Venezuela mostraram fotos gráficas dos impactos da mineração em comunidades venezuelanas, as quais sofrem de altos níveis de doenças e contaminação, uma vez que o governo tem feito pouco para resolver os problemas.
Os Yanomami da região sudoeste, local da mais alta montanha brasileira, o Pico da Neblina, expressaram as suas preocupações sobre a imposição de áreas de conservação em seu território. Armindo Goes Yanomami disse que isso impôs restrições aos Yanomami: ‘A gente não pode desenvolver nenhuma ação, receber nenhum visitante de fora, porque tem que pedir para o ICMBio [departamento governamental responsável pelas unidades de conservação federais].’
O encontro terminou com as eleições de uma nova equipe da Hutukara, e a comunidade anfitriã de Watokiri celebrou com danças na yano (casa comunal) e servindo suco de açaí fresco.
Davi resumiu a semana declarando, ‘Nós estamos muito felizes com o encontro. Nós queremos melhoras em nossas terras, mas queremos a paz antes de tudo’.
Assista ao filme do Instituto Socioambiental (ISA) aqui.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário