Janduari Simões |
Cacique Luis Xipaia e a mulher Ruth |
Há 20 anos, Xipaia saiu da aldeia e foi para a cidade. Percebeu que tinha de “correr atrás das coisas”. Hoje é presidente do Conselho Indígena de Altamira, dá palestras e participa de eventos em São Paulo e Brasília. “Mas não ganho salário fixo para isso. Só uma ajuda de custo, uma cesta básica”.
Xipaia passa cerca de quatro meses por ano na aldeia. São quatro dias de viagem de barco até lá. Na comunidade, quebra castanha para vender e ganha dinheiro também com a venda de peixe. Sua mulher, Ruth Chaves, diz que o índio “se acostumou com o dinheiro”.
“A vida na aldeia é muito difícil. Precisa vir para cidade atrás de oportunidade. Na aldeia quase não têm mais adolescentes. O ensino vai só até a quarta série e os jovens saem para estudar”, diz ela.
Xipaia diz que ao ter contato com a cultura do branco, o índio passou a querer coisas as quais não tinha acesso. “Se não produzimos aquilo que trouxeram para a gente, precisamos buscar”. Ele diz que preferia ter mantido sua cultura “pura”. (Ao dizer isso, chora, pede desculpas e retoma a conversa).
Para o cacique, é importante estar na cidade para poder defender sua gente. “Se ficasse na aldeia não poderia fazer nada, estaria vegetando"
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