As atividades estão inclusas na primeira etapa do acordo de cooperação firmado com o Ministério da Cultura, que prevê a criação de 150 PCI’s no país, até o final do próximo ano.
Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima são os cinco estados beneficiados com a adequação de espaços físicos, equipados com placas de energia solar, computadores, ilhas de edição, filmadoras e câmeras fotográficas digitais, e conectados à internet em alta velocidade, via satélite. A implantação dos Pontos de Cultura pretende beneficiar as comunidades indígenas, potencializando atividades e valorizando a diversidade e identidade cultural de cada uma delas, integrando-os à Rede Povos da Floresta.
Virginia Gandres, coordenadora de campo na implantação dos PCI’s, explica que a rede surgiu em 2003, a partir da iniciativa de lideranças indígenas, como Ailton Krenak e David Yanomami, reunindo comunidades tradicionais e indígenas, na busca por um mesmo ideal de preservação do ambiente, de suas culturas tradicionais e de seus territórios originais. “Esse mosaico de diversidade tão rico e tão valioso gera o nosso diferencial. Estamos gerando um patrimônio que não é só da Rede Povos da Floresta, não é só da Funai, nem do Ministério da Cultura, nem da Acma: é um patrimônio brasileiro”, define a coordenadora.
Em reunião realizada na quinta-feira (17), no espaço Tom Jobim, com sede no Jardim Botânico do Rio de Janeiro/RJ, o Presidente da Funai, Márcio Meira, avaliou positivamente a implantação dos primeiros 30 PCI’s. “Essa experiência pode dar muitos frutos para o surgimento de novos Pontos de Cultura, inclusive integrando esses com as iniciativas já existentes de outros projetos de valorização, promoção e salvaguarda da cultura dos povos indígenas no Brasil”, resumiu Meira.
Metodologia diferenciada
Para mobilizar, apresentar e validar a iniciativa dos PCI’s junto às lideranças indígenas, foram realizadas Rodas de Conversa com todos os envolvidos no projeto. Essas rodas aconteceram durante os meses de maio e junho em três pontos estratégicos: Comissão Pró Índio, em Rio Branco/AC; Centro Yorenka Ãtame, localizado na região do Alto-Juruá, no município de Marechal Thaumaturgo/AC, e Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), em São Gabriel da Cachoeira/AM.
Em seguida foram realizados cursos de formação em práticas digitais, nos quais os alunos escolhidos por suas comunidades receberam instruções para pensar no resgate da cultura do seu povo e no que gostariam de registrar. A montagem de placas solares e instalação de computadores tiveram início no mês de outubro, com equipes de campo nas comunidades das etnias Tukano, Yanomami, Yawanawá, Kaxinawá, Suruí, Jaboti, Jaminawa, Kontanawa, Katukina, Poyanawa, Marubo e Nukini.
A próxima fase do projeto será a de inclusão digital e audiovisual, que será realizada com a parceria da organização Vídeos nas Aldeias, com a coordenação de Vicent Carelli. Para finalizar, será realizada a socialização dos produtos culturais com a participação de todos os envolvidos, além da realização de encontros entre os responsáveis pelos Pontos de Cultura com o objetivo de solidificar uma rede social indígena de forma articulada. Para a implantação dos demais 120 Pontos de Cultura Indígena, a ACMA será convocada para capacitação de novos parceiros.
via 24 Horas News
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