Novas fotos de índios que nunca tiveram contato com o mundo externo foram divulgadas pelo governo do Acre. Esses indígenas sabem da existência do homem branco mas não buscam contato, e é política da Fundação Nacional do Índio (Funai) não contatá-los enquanto não busquem isso por iniciativa própria.
Protegidos em reservas, isolados do Acre puderam se multiplicar e aumentar população. (Foto: Gleilson Miranda/Governo do Acre)
As fotos foram tiradas em sobrevoo feito em julho em uma área remota do Acre. O indigenista da Funai José Carlos Meirelles voltou à região acompanhado do assessor Especial dos Povos Indígenas do Governo do Acre, Francisco Pianko. “Faz uns vinte anos que sabemos onde esse povo mora. Uma vez por ano fazemos um sobrevoo para ver como eles estão”, conta Meirelles.
Meirelles teve informações de que os isolados estão roubando objetos como machados, panelas e facões de seringueiros e outros índios. Por isso, ele atirou algumas dessas ferramentas para que os isolados não precisem buscá-los de outra forma, evitando que entrem em conflito com habitantes da região. “Fomos jogar alguns objetos que eles necessitam, aproveitamos e tiramos as fotos”, explica Meirelles.
Armado com arco e flecha, isolado observa a passagem do avião do governo do Acre. (Foto: Gleilson Miranda/Governo do Acre)
O indigenista conta que não se sabe que língua falam, nem como se autodenominam. “Só saberemos quando eles fizerem contato”, diz Meirelles. Os índios vivem em três reservas contíguas próximas à fronteira com o Peru que têm, juntas, 6.230 km².
Com essa área protegida, o grupo fotografado não sofre pressão, por enquanto, de populações do entorno. “Acontece o inverso. Como esses índios estão há 20 anos sendo protegidos, a população deles dobrou”, conta. Nessa região vivem atualmente pelo menos 500 índios isolados. Outro grupo que vivia no Peru, pressionado por madeireiros, se mudou para o local. Ainda não está claro se isso pode causar algum tipo de conflito entre os indígenas.
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